O propósito deste texto é refletirmos juntos sobre o aconselhamento pastoral e a importância da igreja como comunidade terapêutica. Somos falhos, pecamos, ofendemos, somos ofendidos e não cabe ao aconselhador julgar ou condenar o aconselhado. Precisamos de sabedoria do céu, humildade e comprometimento em todas as orientações, sempre amparados pela Palavra Viva de Deus.
JESUS COMO CONSELHEIRO
Nossa missão será olhar para Jesus como conselheiro. Iremos analisar as ações pastorais de Jesus baseados nos capítulos 8 e 4 do Evangelho de João.
Jesus no ensina a máxima da tolerância com as pessoas. Logo no início de João 8, os acusadores que gostariam de apedrejar aquela mulher estavam sendo parciais, completamente preconceituosos, pois a lei determinava a morte dos dois que cometeram o adultério, mas gostariam de punir apenas a mulher. Diante deste cenário, Jesus se calou e foi cobrado para tomar uma decisão.
Entretanto, após confrontar os escribas e fariseus, Jesus disse à mulher: “Vai e não peques mais”. Importante entender que Jesus tratou o problema. Esta mulher estava sendo condenada no tribunal da religiosidade. Mas Jesus sempre nos dá a chance de um recomeço em seu tribunal (leia João 8).
Em João capítulo 4, vemos a mulher samaritana. Naquela ocasião, houve um debate sobre quem batizava mais. Jesus fugiu deste debate. E seguiu o seu caminho para realizar ainda mais milagres. Quando a mulher samaritana se aproxima de Jesus, ocorre um diálogo. Jesus confronta ela e leva a mensagem de vida e transformação (leia João 4).
Um conselheiro, primeiramente, precisa amar. Precisamos quebrar tabus para não criarmos barreiras e contribuirmos para a condenação eterna das pessoas. Jesus tinha domínio próprio, o que é muito importante para um conselheiro. Com a mulher samaritana, Jesus também nos ensina que o seu amor é sem preconceitos: raça, sexo, cultura e religião.
Jesus Cristo como conselheiro tratava cada pessoa conforme a sua necessidade – Jesus abordou o doutor em teologia com uma questão teológica. À mulher samaritana falou de água da vida. Ao paralítico perguntou se queria ser curado. Ao rejeitado Zaqueu foi jantar em sua casa. Ao escorraçado leproso, Jesus o tocou. Em todas essas ações, Jesus o grandioso, mostrava compaixão. Esse é o conselheiro sensível, oportuno, sábio e preciso. O maior exemplo para todos nós!
IGREJA COMO COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Agora, vamos olhar em outro ângulo: a igreja como comunidade terapêutica.
É claro que não só o pastor age como conselheiro, mas essa é uma missão de toda a igreja de Cristo na terra. E para isso precisamos adquirir conhecimento e sabedoria do céu (Rm 15:14; Cl 3:16). O conselheiro deve estar possuído de bondade. O conselheiro precisa ser um estudioso das Escrituras, sobretudo, porque, se não, ele não saberá dar um conselho segundo a vontade de Deus. É muito importante o conselheiro se equipar e equipar os outros.
Gálatas 6:1-2 é muito importante para o aconselhamento. Todos nós sabemos que é possível um crente fiel e piedoso ter um acidente em seu percurso. Nesta ocasião, devemos nos colocar no lugar deste que fraquejou e entender que, em algum momento, também fraquejamos.
Nossa missão não é acusar, até porque o acusador é o inimigo. O irmão protege o outro. Irmão verdadeiro não expõe as fragilidades do próximo. Precisamos corrigir as pessoas faltosas com espírito de brandura. Ou seja, a pessoa que quebrou o braço eu não posso pegar neste braço com força, quase arrancando e trazendo mais dor. Este é o papel terapêutico do aconselhamento.
Não devemos olhar para as pessoas à busca de um aconselhamento com pequenez ou nos acharmos melhores do que o aconselhado. A soberba precede à ruína. Devemos olhar nossos irmãos com compaixão. Precisamos de humildade. Não podemos acusar. O conselheiro deve corrigir o faltoso com espírito de brandura e deve-se se guardar para não cometer os mesmos erros daquele que se aconselhou.
Reflita sobre o tema. Leia as referências bíblica. Cresça na graça e conhecimento e seja um conselheiro segundo a vontade do Senhor Jesus.