A Bíblia Sagrada, por diversas vezes, ressalta a importância de cultivarmos verdadeiras amizades, pois em certos momentos apenas um amigo (direcionado por Deus) pode nos ajudar. Podemos encontrar textos sobre o tema em Provérbios 17:17, Salmo 122:8, entre outras passagens. Porém, uma das mais belas demonstrações de amizade legítima pode ser encontrada na própria vida de Jesus Cristo.
No momento de maior tribulação, quando a escuridão envolvia a alma de Jesus e o peso da aflição (em razão dos nossos pecados) era quase insuportável, encontramos um exemplo inspirador de amizade. Lá no jardim do Getsêmani, momentos antes de enfrentar a cruz, Ele nos revela a inestimável importância dos amigos verdadeiros nos momentos difíceis. Vejamos o trecho em questão:
Mateus 26:36-46
36 Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e lhes disse: “Sentem-se aqui enquanto vou ali orar”.
37 Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu [Tiago e João], começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38 Disse-lhes então: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo”.
39 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”.
Jesus quase sempre está acompanhado de muitos discípulos, mas ao chegar no Getsêmani ele se retira para um local isolado e chama seus três amigos mais íntimos. Tiago, João e Pedro estiveram presentes nos momentos mais restritos do ministério profético de Jesus, como por exemplo no monte da transfiguração, quando Jesus é glorificado e tem sua identidade reafirmada pelo próprio Deus (Mateus 17:1-9).
Naquela noite, no Getsêmani, Jesus esteve em grande agonia e angústia perante o iminente sacrifício e humilhação, mas Ele sabia que não precisaria passar sozinho por tamanha provação. Assim, ele compartilhou com seus amigos íntimos o peso de sua alma, medo e aflição. Demonstrando para nós que, apesar de Deus estar conosco e termos em nós o Espírito consolador, não precisamos caminhar sozinhos, pois a companhia de um amigo é algo valioso.
FALHA E PERDÃO
40 Depois, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?”, perguntou ele a Pedro.
41 “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” 42 E retirou-se outra vez para orar…
43 Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados.
44 Então os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Jesus pediu aos seus amigos para vigiarem e orarem com Ele. Embora eles tenham falhado e adormecido, é possível identificarmos a disposição dos três homens de estarem lá e oferecerem suporte espiritual. Amigos que oram juntos nos momentos difíceis fortalecem mutuamente, pela graça de Deus, seus espíritos e amizade.
Jesus não estava buscando conselhos ou soluções. Ele desejava a companhia e o apoio de companheiros dispostos a permanecerem ao seu lado. A presença silenciosa muitas vezes pode trazer um consolo incomparável (Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram, afirma o apostolo Paulo em sua carta aos irmãos da igreja de Roma). Nem sempre precisamos dizer algo, basta compartilhar da alegria ou da dor.
45 Depois voltou aos discípulos e lhes disse: “Vocês ainda dormem e descansam? Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.
46 Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!”
Talvez, Jesus tenha se entristecido pela falha de Pedro, Tiago e João, talvez não. O texto não nos diz, mas podemos saber que aquele vacilo não foi o suficiente para abalar sua amizade. Cristo sabia que apesar de ter nos três homens verdadeiros amigos, daquele ponto em diante, sua jornada seria solitária. Ele seria preso, julgado de forma ilegal na madrugada, despido de sua honra, humilhado, espancado crucificado e zombado. Mas ele fez isso em nome de todos nós, discípulos e amigos (daqueles dias e dos nossos dias). Devemos valorizar nossas amizades!
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.” – Jesus Cristo, o filho de Deus.
DEUS ABENÇOE GRANDEMENTE!