Até mesmo nós, cristãos nascidos do Espírito, precisamos estar atentos ao que surge em nossos corações. A história do povo de Deus descrita ao longo das Escrituras Hebraicas (Antigo Testamento) é um reflexo daquilo que a igreja dos dias de hoje pode se tornar em razão da ingratidão e da incredulidade. A falta de autoanálise, leitura e meditação na santa Palavra de Deus podem tornar o coração do mais santo homem/mulher num antro de rebeldia e falta de fé.
Um exemplo claro da manifestação destes pecados no coração das pessoas é a trajetória do povo hebreu no deserto. Toda a nação de Israel testemunhou inúmeros milagres e experimentou a provisão sobrenatural de Deus. No entanto, mesmo diante dessas manifestações de amor e proteção de Deus, a ingratidão e a incredulidade se infiltraram entre eles.
Vamos explorar como a história registrada em Números 21.5-7:
5. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil.
6. Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel.
7. Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo.
A narrativa nos mostra que, apesar de Deus ter providenciado maná a fim de sustentar seu povo, eles expressaram descontentamento. Essa insatisfação revelou um coração ingrato, que ignorava as bênçãos recebidas. A ingratidão obscureceu a visão deles para a fidelidade de Deus e os levou a murmurar contra Ele. De forma rápida os milagres do Senhor foram esquecidos.
O povo questionou a sabedoria de Deus em conduzi-los pelo deserto. Eles duvidaram do cuidado e da orientação de Quem os livrou do jugo egípcio, desconsideraram os muitos sinais e maravilhas (as pragas, a abertura do mar, a coluna de fogo, o maná enviado do céu e a água vinda da rocha) que testemunharam ao longo de sua jornada.
FASTIO DO MANÁ
Um dos momentos que mais expressa a ingratidão daquele povo (o povo de Deus) está no verso 5 do livro de Números: “Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil“. Por 40 anos eles presenciaram milagres no deserto. Não passaram fome, sede e nem frio, mas mesmo assim sentiram fastio, ou seja, repulsa/nojo do alimento enviado do céu pelo Senhor. Da mesma forma, em nossas vidas, podemos cair na armadilha da ingratidão e da incredulidade e tornar pequenas as GRANDES COISAS que Deus faz em favor de nós.
FÉ E CONFIANÇA
Quando enfrentamos dificuldades ou esperamos respostas imediatas às nossas orações, podemos nos esquecer das muitas maneiras pelas quais Deus já nos abençoou e sustentou no passado. Esse esquecimento pode nos levar a questionar a bondade e a fidelidade de Deus. Que possamos aprender com a experiência de Israel no deserto e evitar cair na armadilha da ingratidão e da incredulidade.
Em vez disso, que nossos corações transbordem de gratidão pelo amor e bênçãos de Deus, e a fé seja fortalecida ao confiarmos na Sua orientação e provisão em todas as circunstâncias. Lembre-se sempre de que, mesmo nos desertos da vida, Deus é fiel e digno de toda confiança. Ele te levará à terra que prometeu – um lugar sem dores, sofrimentos ou morte.
DEUS ABENÇOE GRANDEMENTE!