Antes de lermos a história do Mestre, vale lembrar que o Lázaro (palavra que significa Deus ajuda), citado aqui, não é o irmão de Marta e Maria. (João 11) Como em outros casos, esta história não é diretamente chamada de parábola. Ela ilustra o que Jesus disse em Lucas 6: 20 a 26.
Vamos ler agora Lucas 16: 19 a 31 “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e vivia no luxo todos os dias.
Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas; este ansiava comer o que caía da mesa do rico. Até os cães vinham lamber suas feridas.
Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também morreu e foi sepultado. No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado.
Então, chamou-o: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste fogo”.
Mas Abraão respondeu: “Filho, lembre-se de que durante a sua vida você recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora, porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento.
E além disso, entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem”.
Ele respondeu: “Então eu te suplico, pai: manda Lázaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento”.
Abraão respondeu: “Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam”. “Não, pai Abraão”, disse ele, “mas se alguém dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam.”
“Abraão respondeu: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos””.
Nesta história, além de mostrar dois homens com duas vidas diferentes, duas mortes diferentes e dois destinos diferentes, Cristo ainda nos ensina a existência consciente após a morte, a realidade e o tormento do inferno, a ausência de uma segunda oportunidade após a morte e a impossibilidade de comunicação entre os vivos e os mortos.
Já os fariseus consideravam a riqueza a prova da justiça na vida de uma pessoa, mas Jesus nos surpreende ao mostrar em sua história que Lázaro foi recompensado após a morte indo para junto de Abraão, enquanto o rico foi castigado.
É importante deixar claro que o homem foi castigado por ser egoísta, duro de coração, recusar-se a cuidar e alimentar Lázaro, e não porque era rico. Quando temos muito, devemos nos lembrar que Deus está nos abençoando para sermos bênção na vida de outras pessoas, ou, das pessoas necessitadas.
Qual é a nossa atitude em relação ao nosso dinheiro ou as nossas posses? Será que estamos guardando de forma egoísta ou estamos utilizando para ajudar o próximo? Diga-se de passagem, aquele mesmo que devemos amar como a nós mesmos.
Outro ponto interessante aqui é sobre a ressurreição. O rico achou que seus irmãos acreditariam em um mensageiro que ressuscitasse, mas Jesus arremata dizendo que se não creram em Moisés e nos profetas, que sempre falavam em cuidar dos menos favorecidos, como eles acreditariam em uma ressurreição?
Interessante esta declaração de Jesus, pois isso mostra que o Mestre estava ciente que mesmo depois de sua ressurreição, a maioria dos lides religiosos não o aceitariam. A obstinação era tão grande, que nem mesmo a Palavra se cumprindo e o Filho de Deus diante de seus olhos, os retiraram do legalismo!
Autor: Uma Mensagem de Vida
Concordo que, definitivamente, a tal parábola do “Rico e Lázaro” NÃO É é uma PARÁBOLA. Nas parábolas de Jesus, NENHUM nome é citado, mas nesta história, há um mendigo chamado LÁZARO (fora o Profeta Abraão!). Provavelmente, esse homem rico viveu nos tempos de Jesus e até o conheceu pessoalmente, de modo que sua vida e morte foi usada por Jesus para fazer uma advertência às pessoas da época (e de todas as épocas) sobre a verdade iminente do inferno.
Da mesma forma que numa parábola NÃO HÁ a obrigatoriedade de citar nomes, numa história real HÁ obrigatoriedade de citar nomes e contar DETALHES. Por que você acha que SÓ NESSA “parábola” o Senhor Jesus cita os nomes dos personagens envolvidos (Lázaro e Abraão)? Será que ele “esqueceu” de citar os nomes dos personagens das demais parábolas? Ou citou os nomes JUSTAMENTE para dizer: “pessoal, escutem, prestem atenção! Essa história que vou contar é REAL! Aconteceu recentemente com uma pessoa muito próxima a mim, chamada LÁZARO e com o Profeta e Pai da Fé, ABRAÃO…”. E da mesma forma que Jesus não precisava dizer para as pessoas que “agora vou contar uma parábola”, Ele não precisava dizer também que “agora vou contar uma história real”!!!
Essa história é tão real que Jesus dá inúmeros e ricos DETALHES:
1) Da riqueza/do status do homem rico: se vestia de “linho finíssimo”, de “púrpura”, cor que tradicional e historicamente está associada com a nobreza/realeza;
2) Da casa do homem rico: Lázaro jazia “à porta” daquele homem rico. Nos tempos de Jesus, na zona rural, as portas, provavelmente, ficavam abertas constantemente. Já na cidade, geralmente, não se trancavam as portas (Nota: não havia dobradiças nas portas. Elas eram pequenas e estreitas, e presas a um encaixe de pedra, girando com facilidade). Como esse homem era muito rico, sua porta devia ficar FECHADA, e por isso Lázaro se prostrava ali, esperando receber restos de comida ou esmolas;
3) Lázaro era um homem doente, coberto por chagas. Os cães (não de estimação, mas selvagens, que andavam à procura de comida) eram atraídos pelo cheiro das feridas abertas que Lázaro tinha em seu corpo. Provavelmente, eles tentavam lamber o sangue das feridas abertas;
4) Se Jesus se deu ao trabalho de dizer que o rico morreu e foi SEPULTADO é por que não há dúvida de que ele teve um funeral magnífico, condizente com seu nível social, e que todos daquela região foram observar o festejo;
5) Os detalhes sobre as chamas de fogo, a sede, o tormento, a preocupação com os 5 irmãos, o INFERNO!
É por tudo isso que essa “parábola” DETALHADA, com certeza, foi uma HISTÓRIA REAL!!! E que o INFERNO existe e é pra lá que vão os ímpios imediatamente após a morte!