“Os nossos pecados e as bondades de Deus escapam rapidamente de nossa memória. Tratamos as misericórdias de Deus como lidamos com as flores. Quando são frescas, as cheiramos e as usamos para enfeitar nossas roupas. Mas, em pouco tempo, são deixadas de lado e não nos importamos mais com elas. Eles cedo se esqueceram das obras de Deus.” – Thomas Watson
Recentemente, um dos colaboradores deste site concluiu a leitura de um livro chamado “A Malignidade do Pecado” do puritano inglês Thomas Watson (1620-1686). Logo no início do livro, nos deparamos com está forte afirmação: “Eles cedo se esquecem das obras de Deus“. A frase nos levou a uma profunda reflexão da necessidade do reconhecimento diário das obras de Deus em nosso favor.
O trecho é uma reflexão sobre as palavras contidas no Salmo 106, versículos 9 a 13. O texto retrata as muitas vezes em que Deus salvou seu povo, mas este povo, não muito tempo depois, sempre lhe virava as costas. Murmuraram, pecaram e negaram seu Salvador e seus feitos.
Veja o que dizem os versos de 9 a 13:
9 – [Deus] Ordenou que o mar Vermelho secasse e os conduziu pelas águas como por um deserto.
10 – Ele os resgatou das mãos de seus inimigos e os libertou das garras de seus adversários.
11 – As águas se fecharam e cobriram seus opressores; nenhum deles sobreviveu.
12 – Então creram em suas promessas e cantaram louvores a ele.
13 – Depressa, porém, esqueceram-se do que ele havia feito; não quiseram esperar por seus conselhos.
O salmista relembra os feitos poderosos que Deus realizou no passado, como as pragas no Egito e a passagem pelo Mar Vermelho. Apesar de testemunharem esses milagres, o povo logo se esqueceu da grandiosidade divina e cedeu às tentações da carne. Essa tendência humana à desobediência e ao esquecimento das bênçãos e obras de Deus é algo ressonante através das gerações, pois ainda hoje lutamos contra o mesmo pecado.
Depressa, porém, esqueceram-se…
A nossa jornada espiritual, muitas vezes, é marcada por altos e baixos, por momentos de comunhão profunda com Deus e por períodos de afastamento e pecado. É nesses momentos de desvio que precisamos nos voltar para a Palavra de Deus, meditar nela e dela não se esquecer. A meditação nas Escrituras nos lembra de quem Deus é, de Suas promessas e do Seu amor constante por nós. Ela nos mantém conectados à verdade e nos ajuda a resistir às tentações que buscam nos afastar do caminho de Deus.
MEDITAR TAMBÉM É RELEMBRAR
A meditação nas Escrituras nos leva ao arrependimento. Quando percebemos o quão longe nos afastamos dos caminhos de Deus, é natural que o coração se incline ao arrependimento sincero. Reconhecemos os erros, as transgressões e nossa tendência a esquecer da misericórdia e do amor divinos.
Arrependimento não é apenas tristeza pelo erro, mas uma mudança de direção, um compromisso de retornar aos braços amorosos do Pai celestial e relembrar todos os seus feitos desde antes da fundação do mundo (a morte do Cordeiro) ao dia de hoje.
O Salmo 106 nos lembra: somos pecadores, propensos a esquecer as obras e o amor de Deus.
No entanto, também nos direciona para a misericórdia infinita de Deus, que sempre está pronto em nos perdoar e receber de volta, conforme vemos em Isaias 1, verso 18:
Venham, vamos resolver este assunto”, diz o SENHOR. “Embora seus pecados sejam como o escarlate, eu os tornarei brancos como a neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, eu os tornarei brancos como a lã”.
Que possamos aprender a lembrar e relembrar as maravilhas de Deus e a nos arrepender quando nos desviamos. Sejamos marcados por uma constante busca por Deus, por um coração quebrantado e por uma profunda gratidão pela Sua graça e amor. Não utilize a obra de Cristo como um perfume ou flor de adorno, pois ambos passam, perdem força e morrem, mas crave em seu coração a verdade do evangelho, assim ela estará sempre viva.
DEUS ABENÇOE GRANDEMENTE!