“Palavra que foi dita a Jeremias da parte do SENHOR: – Levante-se e desça até a casa do oleiro, e lá você ouvirá as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando sobre a roda. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se estragou nas suas mãos, ele tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então a palavra do SENHOR veio a mim, dizendo: – Casa de Israel, será que não posso fazer com vocês como fez esse oleiro? — diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim são vocês na minha mão, ó casa de Israel.” – Jeremias 18.1-6
O profeta Jeremias recebeu uma visão privilegiada da parte do Senhor ao ser conduzido à casa do oleiro. O cenário se revelou como um teatro, onde o Oleiro habilidoso manipulava o barro sobre a roda de sua obra. Assim como Jeremias, hoje, podemos observar o grandioso trabalho do Senhor em criar e redimir um mundo e um povo que se rebelaram e, assim como barro, se estragaram sozinhos nas mãos do seu Criador.
A CRIAÇÃO
O processo de criação, notavelmente, ilustra a soberania e habilidade do Oleiro. Assim como Deus criou o homem a partir do pó da terra (Gênesis 2.7), o oleiro moldava o vaso conforme lhe agradava. O Oleiro, com perfeita sabedoria, moldou cada detalhe do vaso, demonstrando o cuidado e a atenção no ato de criar a humanidade.
Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando sobre a roda…
A QUEDA
Contudo, a narrativa toma um rumo trágico quando o vaso, feito com tanto esmero, se estraga nas mãos do Oleiro. O barro, criado pelo Oleiro, revela sua própria imperfeição. Um eco da queda do homem no Éden. Deus, ao criar o homem perfeito, deu-lhe a liberdade de escolha. Infelizmente, o homem, como o vaso que se estraga, usou erroneamente essa liberdade, rebelando-se contra o Criador.
Como o vaso que o oleiro fazia de barro se estragou nas suas mãos…
A MISERICÓRDIA
O Oleiro, contudo, não desiste diante da imperfeição do vaso. Aqui, vemos um ato de misericórdia e graça. Ao invés de descartar o vaso danificado, o Oleiro decide recriá-lo. A decisão soberana do Oleiro de fazer outro vaso revela a paciência de Deus em lidar com a humanidade caída. O Senhor, em Sua misericórdia, escolhe NÃO abandonar Sua criação, mas busca restauração.
A REDENÇÃO
O paralelo com a redenção é evidente. Assim como o Oleiro toma a decisão de recriar o vaso, Deus, em Sua livre e espontânea vontade, decide providenciar a redenção para a humanidade perdida. A cruz torna-se o lugar onde essa redenção é selada. O vaso, agora danificado pelo pecado, é moldado novamente pela mão graciosa do Oleiro, que oferece o caminho da salvação.
Ele tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu…
A história do oleiro e do vaso reflete a graciosa providência na história da redenção. Da mesma forma, como o Oleiro escolheu fazer outro vaso, Deus, em Cristo, escolheu redimir o homem caído. O vaso, agora transformado e restaurado (por meio da morte e ressurreição de Jesus), é um testemunho da habilidade e poder do Oleiro em fazer todas as coisas novas.
UMA IMPORTANTE LIÇÃO
A visão de Jeremias nos desafia a reconhecer nossa dependência do Criador. Assim como o vaso não pode se moldar por si mesmo, somos incapazes de nos redimir. A salvação é um ato gracioso e soberano de Deus. Devemos humildemente reconhecer nossa necessidade da mão do Oleiro em nossas vidas, permitindo que Ele nos molde e nos restaure segundo Sua vontade.
“Mas eu, com um cântico de gratidão, oferecerei sacrifício a ti. O que eu prometi cumprirei totalmente. A salvação vem do Senhor.” – Jonas 2.9
Em nossos momentos de fragilidade e quebrantamento, podemos confiar no Oleiro que faz novas todas as coisas. Muitas vezes, nós mesmos nos estragamos na presença de Deus, mas Ele é misericordioso de formas inimagináveis (“mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” – Romanos 5.20). Assim como o vaso danificado encontrou esperança nas mãos do Oleiro, nossa esperança está na redenção que Deus oferece por meio de Jesus Cristo. Que possamos ser receptivos à Sua obra em nós, permitindo que Ele molde nossas vidas de acordo com Sua vontade.
DEUS ABENÇOE GRANDEMENTE!